Publicado em: 31 de março de 2023

A Polícia Civil concluiu o inquérito o torcedor colorado que invadiu o campo com a filha pequena nos braços e agrediu um jogador do Caxias e um repórter cinematográfico, após o final do jogo no estádio Beira-Rio, em Porto Alegre, na noite do último domingo. O titular da 2ª DP, delegado Vinícius Nahan, indiciou o morador de Canoas, 33 anos, pelos crimes de lesão corporal (artigo 129 do Código Penal) e invasão ao campo (artigo 41-B, caput, do Estatuto do Torcedor). O procedimento foi remetido para o Juizado do Torcedor e Grandes Eventos da Comarca de Porto Alegre.

Segundo o delegado Vinícius Nahan, o torcedor foi identificado e interrogado no dia seguinte ao jogo. “Em seu interrogatório, ele confessou os fatos, alegando que praticou as agressões para se defender e que o portão de acesso ao gramado foi aberto por funcionários do Internacional para ficar em segurança com a filha fora das arquibancadas”, lembrou.

“Após ouvir duas testemunhas que trabalharam no jogo e analisar as imagens enviadas pelo clube e por emissora de TV, o relatório final do inquérito afirma que, embora o portão tenha sido aberto por funcionários do Internacional, o indiciado partiu em direção ao tumulto acessando partes do gramado sem autorização. Essa atitude não condiz com alguém que busca resguardar a segurança de sua filha”, observou. “Além disso, a agressão ao jornalista, ao contrário da versão do suspeito, foi gratuita e não foi praticada em situação de defesa”, acrescentou o titular da 2ª DP.

Ele destacou ainda que “o laudo pericial enviado pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP) foi positivo, constatando a lesão corporal sofrida pelo jornalista”. Conforme o documento pericial, “na perna esquerda em região proximal ântero-lateral há escoriação, medindo dois centímetros por um centímetro e meio”.

O delegado Vinícius Nahan aguarda que, após o término do campeonato gaúcho, o jogador do Caxias também registre queixa sobre a agressão vinda do torcedor do colorado. “São investigações diferentes. Enquanto ele não fizer isso, a agressão que sofreu não será apurada”, observou.

Paralelamente, a titular interina da 2ª Delegacia de Polícia de Proteção à Criança e ao Adolescente (2ª DPCA), delegada Elisa Ferreira de Souza, conduz um outro inquérito contra o torcedor por expor a criança ao perigo e também ao vexame ou constrangimento

Escrito por: Correio do Povo