Publicado em: 19 de outubro de 2021

Um dos atendimentos frequentes monitorados pela Secretaria da Saúde de Fontoura Xavier é em relação aos pacientes soropositivo, ou seja,  pacientes que possuem a presença do vírus HIV, causador da Síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS), no sangue.

Nesta semana, o Portal ClicNews entrevistou a Enfermeira da Unidade Central de Fontoura Xavier, Jane Reichimback, que na oportunidade, forneceu algumas explicações e orientações a comunidade.

A AIDS se caracteriza pelo enfraquecimento do sistema imunológico do corpo, com o organismo mais vulnerável ao aparecimento de doenças oportunistas, que são doenças que normalmente o corpo humano controla, mas que na presença do HIV elas se manifestam com maior frequência. Entre elas estão tuberculose, toxoplasmose ou alguns tipos de câncer. O próprio tratamento dessas doenças fica prejudicado com a presença do vírus HIV no organismo. A AIDS destaca-se entre as enfermidades infecciosas emergentes pela grande magnitude e extensão dos danos causados às populações e, desde a sua origem, cada uma de suas características e repercussões tem sido exaustivamente discutida pela comunidade científica e pela sociedade em geral.

A epidemia de AIDS mostra-se bastante complexa e configura-se como verdadeiro mosaico de subepidemias regionais. “Apesar da AIDS até o momento ser incurável, os avanços científicos referentes ao tratamento medicamentoso, com a utilização da terapia antirretroviral e das doenças oportunistas, houve sim um significativo aumento na expectativa de vida dos seus portadores, aos poucos vamos mudando a realidade e compreensão e o enfrentamento desta epidemia”, explica Jane.

A Enfermeira ressalta que a Aids, como é popularmente chamada, é causada pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV). “Ele é mais comumente transmitido durante a relação sexual sem o uso de preservativo e pela troca de fluidos corporais. O contágio também pode ocorrer durante a gravidez, no parto, em transfusões sanguíneas, transplante de órgãos, pela amamentação e pelo compartilhamento de agulhas contaminadas”, pontua.

De acordo com a profissional, o uso de preservativos em todas as relações sexuais, o não compartilhamento de seringas e agulhas e evitar entrar em contato direto com feridas ou líquidos corporais de outras pessoas com o uso de luvas são algumas formas de prevenir a transmissão da doença.

O vírus é contraído pelo contato sexual ou com sangue contaminado. “Como precisa de uma célula hospedeira para se manter vivo, o HIV age já nas primeiras horas após a infecção. Ele tem uma espécie de encaixe que o conecta perfeitamente a receptores na membrana.

O vírus então libera uma enzima chamada transcriptase reversa, que altera seu próprio material genético, convertendo-o de RNA para DNA. Isso permite que ele se integre ao código genético T CD4+. Uma das classes de medicamentos para tratamentos anti-HIV bloqueia justamente essa enzima. O HIV pode permanecer inativo por muitos anos. O número de células T CD4+ diminui. Normalmente temos entre 800 e 1200 delas por milímetro cúbico de sangue. Quando esse total fica abaixo de 200, o organismo se torna vulnerável a infecções oportunistas. Além disso, o paciente sofre com perda de peso, diarreia e problemas neurológicos. É a síndrome da imunodeficiência adquirida (aids)”, enfatiza Jane.

O papel da Secretaria da Saúde de Fontoura Xavier

Jane explica que os pacientes do município recebem  todo o apoio do Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), que se localiza no município de Soledade, no local recebem atendimentos médicos especializados, exames, medicação e acompanhamento necessário. “A equipe de saúde está sempre a disposição de sanar as dúvidas destes pacientes, mantendo sigilo e trabalhando em prol da saúde dos mesmos”, frisa.

Em relação ao vírus no município, Jane argumenta que analisando o município como um todo, vale sempre ressaltar a necessidade de manter a prevenção, com medidas educativas e preventivas. “O HIV/AIDS já foi considerado um tabu e as pessoas tem muito preconceito e dificuldade de falar sobre o assunto, porem é necessário conhecermos as causas e a forma de prevenir”, aposta.

Qual a diferença entre HIV e AIDS?

HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana) é o vírus causador da aids, que ataca células específicas do sistema imunológico (os linfócitos T-CD4+), responsáveis por defender o organismo contra doenças. Ao contrário de outros vírus, como o da gripe, o corpo humano não consegue se livrar do HIV. Ter HIV não significa que a pessoa desenvolverá aids; porém, uma vez infectada, a pessoa viverá com o HIV durante toda sua vida. Não existe vacina ou cura para infecção pelo HIV, mas há tratamento.

Aids (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) é a doença causada pelo HIV, que ataca células específicas do sistema imunológico, responsáveis por defender o organismo de doenças. Em um estágio avançado da infecção pelo HIV, a pessoa pode apresentar diversos sinais e sintomas, além de infecções oportunistas (pneumonias atípicas, infecções fúngicas e parasitárias) e alguns tipos de câncer. Sem o tratamento antirretroviral, o HIV usa essas células do sistema imunológico para replicar outros vírus e as destroem, tornando o organismo incapaz de lutar contra outras infecções e doenças.

A transmissão do HIV se dá por meio de relações sexuais desprotegidas, pelo compartilhamento de seringas, materiais perfurocortantes contaminados e não esterilizados e por meio da transmissão vertical durante a gravidez, parto e/ou amamentação, quando não tomadas as devidas medidas de prevenção.

Por fim, a Enfermeira ressalta a importância dos cuidados para impedir a transmissão do vírus. “Buscamos ações que contribuem para o aumento da informação e da percepção do risco de exposição ao HIV e para sua consequente redução, mediante incentivos a mudanças de comportamento da pessoa e da comunidade ou grupo social em que ela está inserida. Nosso papel como atenção básica é incentivar ao uso de preservativos masculinos e femininos; aconselhamento sobre HIV/aids e outras IST; incentivo à testagem, todas as unidades de saúde estão munidas de testes rápidos, promover a educação continuada, nas escolas, na comunidade, pois hoje a melhor forma de contermos este vírus é através da prevenção. Busque a unidade de saúde mais próxima e faça uma consulta com um dos profissionais da unidade, sua vida vale muito e é o que nos move para buscar uma Fontoura Xavier melhor”,finaliza Jane.

Escrito por: ClicNews