Safra de soja chega a 137,1 milhões de toneladas

Fazenda Monica Cristina Ribas do Rio Pardo/MS Foto: Alexis Prappas 10/04/2020

Publicado em: 6 de abril de 2021

A safra brasileira de soja 2020/21 foi marcada pela irregularidade climática que causou grandes transtornos do plantio à colheita. Apesar disso, a temporada termina com um surpreendente recorde triplo.

O primeiro refere-se à maior área já plantada no país – 38,6 milhões de hectares, 1,6 milhão de hectares acima da safra anterior. Na sequência, o recorde de produção, cuja estimativa foi elevada para 137,1 milhões de toneladas pela Agroconsult, organizadora do Rally da Safra, ao final de três meses percorrendo as principais regiões produtoras do país e confirmando a projeção de safra recorde divulgada no início do Rally (era de 134,0 milhões em 23 de fevereiro). São mais de 10 milhões de toneladas acima da safra passada, o equivalente a um crescimento de 8,5%. E, por fim, o recorde de produtividade, inesperadamente alta numa temporada de tantos problemas. A expectativa é de que os produtores brasileiros colham na média 59,3 sacas por hectare – 2,3 sacos acima da safra passada e 0,8 sacos sobre a melhor marca anterior, obtida em 2018.

Rio Grande do Sul

O bom desempenho se deve em parte às regiões de soja mais tardia, percorridas em março pelas últimas equipes da etapa de avaliação de soja do Rally 2021. É o caso do Rio Grande do Sul, que tem tudo para retomar a segunda posição no ranking dos principais estados produtores, com uma safra de 21,1 milhões de toneladas. A produtividade média do estado é projetada em 57,9 sacas por hectare, recuperando-se do péssimo desempenho da safra anterior, na qual as lavouras produziram apenas 37,1 sacos por hectare, prejudicadas por uma forte seca. Até o final de março, apenas 30% da área do estado havia sido colhida – se as lavouras mais tardias continuarem produzindo bem, não se descarta uma revisão positiva nas estimativas.

“O início da safra no Rio Grande do Sul parecia pouco promissor. A chuva demorou para regularizar e o plantio atrasou. Em fevereiro e março, porém, choveu na medida, favorecendo o peso do grão e permitindo ótimos resultados”, explica André Debastiani, coordenador do Rally.

 

Milho segunda safra

Com relação ao milho segunda safra, há dois pontos positivos: o crescimento de área e de tecnologia. Há, no entanto, um viés de baixa para a produtividade. O plantio tardio desta safra aumentou consideravelmente o percentual de lavouras implantadas fora da janela ideal, o que eleva a preocupação não somente com a falta de chuvas, mas também com a ocorrência de geadas. O resultado da safra vai depender muito do clima na segunda metade de abril e em maio, períodos que vão concentrar as fases críticas para produtividade do milho. A estimativa de produção atual é de 78,3 milhões de toneladas numa área plantada de 14,3 milhões de hectares (7,3% acima da safra anterior, quando foram colhidas 75,7 milhões de toneladas). Em maio e junho as equipes do Rally da Safra voltam a campo para avaliar as condições das lavouras e consolidar as estimativas da segunda safra no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Paraná.

Escrito por: Agrolink

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