Safra de pinhão 2025 é considerada positiva no Alto da Serra do Botucaraí, apesar da queda nos preços

Publicado em: 13 de junho de 2025

A safra de pinhão de 2025 no Alto da Serra do Botucaraí, região que compreende municípios como Soledade, Barros Cassal, Fontoura Xavier, entre outros, está sendo considerada satisfatória pelos órgãos de assistência técnica e produtores locais. A Emater/RS-Ascar estima que a produção chegue a cerca de 150 toneladas, o que mantém a média dos últimos anos, apesar de condições climáticas menos favoráveis.

O pinhão é uma importante fonte de renda para diversas famílias da região serrana do estado, especialmente nas pequenas propriedades rurais que integram o sistema de agricultura familiar. A colheita teve início em abril e deve se estender até o fim de junho, dependendo das condições de cada área.

Clima afetou maturação, mas não comprometeu a produção

De acordo com técnicos da Emater, o clima mais seco e as temperaturas mais amenas nos últimos meses afetaram a maturação dos pinhões, fazendo com que a colheita fosse levemente atrasada em algumas áreas. No entanto, a produção não foi prejudicada de forma significativa, e os produtores conseguiram manter uma boa colheita.

Além da produção no Alto da Serra do Botucaraí, a região de Passo Fundo e Planalto Médio também registra colheita de cerca de 110 toneladas, totalizando um bom desempenho regional.

Preço em queda devido à oferta elevada

Apesar da boa safra, os preços caíram em comparação aos últimos anos. O valor médio do quilo do pinhão está sendo comercializado entre R$ 12 e R$ 14 em feiras e pontos de venda da região. No ano passado, em alguns períodos, o quilo chegou a R$ 18.

Segundo os produtores, o aumento da oferta e a entrada simultânea de grandes volumes no mercado causaram a redução dos preços. Ainda assim, muitos seguem otimistas por conta da alta procura no período de inverno, especialmente por parte de feiras urbanas, mercados regionais e eventos culturais que valorizam produtos típicos da estação.

Produção sustentável e tradição preservada

A colheita do pinhão no Rio Grande do Sul está diretamente relacionada ao manejo sustentável da araucária, árvore símbolo da Mata Atlântica e protegida por lei. A retirada dos frutos deve seguir regras ambientais específicas, como a proibição da colheita antes do dia 1º de abril, data estipulada para proteger a fauna que também se alimenta das sementes.

Além disso, muitas famílias mantêm tradições culturais ligadas ao pinhão, como o preparo de pratos típicos, festas juninas e venda em feiras de produtos coloniais. A valorização desse patrimônio cultural tem ajudado a manter a araucária viva nas paisagens do Alto da Serra do Botucaraí.

Expectativa para os próximos anos

A Emater/RS acredita que, se o manejo sustentável for mantido e as condições climáticas colaborarem, a safra do pinhão continuará sendo uma fonte segura de renda e de identidade cultural para a região. A entidade também reforça a importância de estimular o plantio e o cuidado com as araucárias, garantindo a continuidade da atividade no futuro.

Escrito por: O Clic, Emater/RS-Ascar e produtores locais

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