Profissão: Caminhoneiro com muito orgulho

Publicado em: 24 de Julho de 2018

Sendo a mola-mestre do transporte e a base propulsora do desenvolvimento de um país, a profissão caminhoneiro ainda é desvalorizada e desmoralizada. Na profissão, os trabalhadores precisam lidar com os perigos da estrada em sua jornada. Assaltos que afetam os motoristas, estradas em más condições e fatores climáticos muitas vezes põem a vida dos trabalhadores em perigo. Além de tudo isto, os profissionais precisam conviver com a solidão. Deixam a família em casa para ir em busca do sustento do lar.

Com metade de sua história de vida na estrada, Jorge da Rosa Campos de 66 anos, natural de Cruz Alta e residente em Fontoura Xavier começou sua jornada há 40 anos pelas estradas do Rio Grande do Sul. “Resolvi partir para a estrada quando as coisas na agricultura começaram a não ficar tão boas. Ainda jovem, vi no transporte uma oportunidade de renda e sustento para minha família. Toda minha família sempre trabalhou com agricultura. No dia-a-dia nós enfrentamos diversas dificuldades, mas agora após as reformas, deu uma “melhoradinha”, mas sempre trabalhamos com muitas dificuldades. Meus filhos pequenos deixava em casa com minha esposa e partia”, contou. Jorge sempre viajou para fora do Estado. mas depois de passar por uma cirurgia no coração optou por ficar só no Rio Grande do Sul, mas continua na boléia do caminhão.

Com sua história e experiência, Campos influenciou uma porção de integrantes de sua família como filho, genro, irmão e sobrinhos. Seu genro, Paulo da Rosa Batista, 46 anos, que também já está na estrada metade de sua vida, há 20 anos. Conta que o trabalho na estrada é sofrido mas é gratificante. “Tentei em outros ramos, mas não me adaptei. Inspirado pelo meu sogro e por outros parentes busquei na estrada o sustento para minha família. Se eu tivesse a opção de trocar hoje, não trocaria, não é assim tão fácil, pois criamos um círculo de amizade no ramo, ficando assim difícil de mudar de atividade”, disse.  Paulo volta para casa toda a semana pois tem dois filhos e sua esposa em Fontoura Xavier.

A história do Jorge não para por ai.  O  filho,  Idemar Stefanello Campos, de 30 anos, também que busca conquistar seus sonhos através do transporte e atualmente está trabalhando há mais de 3mil km longe de seus pais e irmã, no estado do Pará. Ele descarrega no Porto de Muritituba, deixando sua esposa e filho de 2 anos em Realeza no Paraná.

Gilberto da Rosa Campos, 55 anos, irmão de Jorge, é caminhoneiro e tem filho também motorista de caminhão. “Corremos risco, mas mesmo assim é uma paixão estar levando o desenvolvimento para as cidades”, comentou.

Filho de Gilberto, Marçal Batista Campos deixa sua esposa e um filho pequeno em Fontoura Xavier para viajar. “Sempre gostei do ramo, já fiquei até dois meses fora de casa. Enfrentei dificuldade e muita saudade, mas compensa no final”, frisou.

Gilsone Campos, sobrinho de Jorge é o caminhoneiro mais jovem da família Campos, de 29 anos, escolheu ser caminhoneiro também pela influência familiar e destaca que gosta do que faz. “Enfrentamos muitas dificuldades e adversidade. Muitas vezes somos maltratados pelas pessoas que são preconceituosas contra os motoristas, mas não percebem o quão importante é nossa função”, comentou.

Ambos trabalham com caminhão graneleiro e transporte em geral, e após anos de busca cada um tem seu caminhão próprio para trabalho.

A família Campos destaca a importância da profissão para a comodidade das pessoas no dia-a-dia, e parabeniza a todos os colonos e motoristas parceiros pela passagem desta data especial.

Dia do Colono

25 de Julho

A definição do 25 de julho como Dia do Colono deu-se em 1924, em meio às comemorações do centenário de vinda dos primeiros alemães para o Rio Grande do Sul. A data simboliza a chegada da primeira leva de imigrantes à Feitoria Real do Linho Cânhamo, que, posteriormente, constituiria a sede de São Leopoldo

SÃO CRISTÓVÃO 

25 de julho também é o Dia do Motorista em homenagem ao protetor dos motoristas e dos viajantes: São Cristóvão. Ele viveu provavelmente na Síria e sofreu o martírio no século III.

 

 

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