Porto Alegre registra as duas primeiras mortes por gripe A do ano no Rio Grande do Sul

Publicado em: 04 de Abriu de 2016

A capital gaúcha registrou as duas primeiras mortes por gripe A do ano no Rio Grande do Sul. Até esta data, no ano passado, nenhum óbito relacionado ao H1N1 havia sido notificado. Mesmo depois das mortes, a campanha de vacinação não deve ser antecipada por mais tempo do que já foi, segundo a Secretaria Estadual da Saúde: segue com início previsto para 25 de abril. A data da campanha nacional é 30 de abril. 

O secretário da pasta, João Gabbardo dos Reis, informou que 50% das 3,6 milhões de doses previstas para o Estado devem ser entregues pelo governo federal até 15 de abril, mas serão necessários 10 dias para distribuir as vacinas às unidades de saúde da Capital e do Interior.

Ambas as mortes são de pacientes que pertencem ao grupo de risco, mas não tomaram a vacina em 2015, conforme o secretário da Saúde do Estado. Notificadas pela rede municipal na sexta-feira, os óbitos foram confirmados neste domingo pelo secretário.

O primeiro caso é de um menino de sete anos, que estava internado no Hospital Materno Infantil Presidente Vargas. Conforme a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde, ele chegou à instituição com sintomas da gripe A em 24 de março, quando começou a tomar o Oseltamivir (Tamiflu). Moradora da Lomba do Pinheiro, a criança não resistiu e morreu na última quinta-feira, dia 31. Um dia depois, na sexta-feira, um exame confirmou o diagnóstico de H1N1.

Gabbardo afirma que a criança sofria de asma, doença crônica que a incluía no grupo de risco que deve receber a vacina contra a gripe, mas não havia tomado a dose em 2015. Outro agravante, segundo o secretário, é que ela havia começado a tomar o medicamento cinco dias depois dos primeiros sintomas, o que diminui o efeito dele no combate ao vírus no organismo.

— O medicamento (contra a gripe) precisa ser ministrado em até 48h depois dos primeiros sintomas, por isso a importância das pessoas procurarem com urgência as unidades de saúde, principalmente se sentirem falta de ar — explica Gabbardo.

Os outros sintomas são tosse, febre, dor de cabeça, dor de garganta e coriza. Devem receber a vacina crianças de seis meses até cinco anos, gestantes, mulheres que tiveram filhos há 45 dias, profissionais da saúde, povos indígenas, idosos, pessoas privadas de liberdade e pessoas com doenças crônicas.

Número de pessoas com gripe A aumenta

O outro óbito foi de um homem de 35 anos, que sofre de uma doença que afeta a imunidade (não divulgada pelo governo do Estado). Devido à imunodeficiência, ele também integra o grupo de risco que deve ser vacinado, mas não tomou a dose no último ano. 

O homem procurou atendimento no bairro Restinga sete dias depois de ter sentido os primeiros sintomas da gripe A, quando começou a tomar o Tamiflu. Depois, foi encaminhado para o Grupo Hospitalar Conceição, onde morreu.

— São dois casos de pacientes que tinham outras doenças associadas. A influenza é grave naqueles casos em que as pessoas já têm patologias, por isso a importância da vacinação. 

No total, sete pessoas foram diagnosticadas com gripe A no Estado. Além dos dois óbitos, outras cinco pessoas tiveram o vírus confirmado: uma em Porto Alegre, duas em Viamão e duas em Canoas. Ainda estão em investigação outros 152 casos suspeitos de H1N1. Detalhes sobre os casos serão divulgados em uma entrevista coletiva na segunda-feira, às 10h, na sede da Secretaria Estadual da Saúde.

Em todo 2015, nove pessoas morreram devido à gripe A no Rio Grande do Sul e 78 foram diagnosticadas com a doença. O primeiro óbito ocorreu na segunda quinzena de maio.

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