Pandemia, guerra, crise das big techs e transformação tecnológica: os cenários que explicam a crise no varejo e o fechamento de lojas

Publicado em: 19 de maio de 2023

A vivência de uma pandemia, seguida por uma tensão geopolítica advinda de uma guerra (e com reflexos no mundo todo) jogaram na conta do imprevisível a crise no varejo que vem fechando lojas pelo país — e que não é uma exclusividade do Brasil.

“Na saída da pandemia, quando todo mundo achou que a gente ia viver um novo momento econômico, veio logo uma guerra e, também com ela, um forte aumento dos insumos, da inflação e da taxa de juros”, analisa Guilherme Mercês, diretor de economia e inovação da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo.

“Foi todo mundo muito surpreendido, foi um evento, de fato, bastante imprevisível”, disse ele em entrevista ao podcast O Assunto desta sexta-feira (19).

Mas soma-se a isso, também, a crise das big techs, com demissões em massa, e uma transformação tecnológica que mudou a forma como as pessoas consomem — o consumidor hoje experimenta na loja, mas termina sua compra no site, ou começa no site, passa na loja, e termina no site de novo.

“A gente saiu da pandemia, eu diria com a convicção de que o digital vinha para ficar, que a transformação digital tinha ocorrido. E o que a gente viu foi um boom das empresas de alta tecnologia durante e logo após a pandemia. Quando veio a guerra, isso frustrou todos os planos e hoje a gente vê as big techs no mundo todo demitindo em grande volume.”

A transformação digital também refletiu no cenário que vemos hoje — uma lista que não para de crescer de grandes redes varejistas anunciando o fechamento de lojas e escancarando, assim, uma crise no setor que emprega mais de oito milhões de pessoas.

“O cenário das big techs ilustra muito esse cenário de imprevisibilidade que ocorreu e que impactou todo mundo. Ou seja, o que a gente achava que o mundo estava caminhando para esse lugar, e esse lugar mudou bastante. Hoje, a gente está discutindo o mundo que é um mix entre o digital e o físico que é o que a gente tá chamando de phygital.”

Escrito por: G1 RS

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