Operação Leite Compensado deixou legado de segurança para consumidores no RS, afirma MP

Publicado em: 9 de maio de 2023

A fiscalização constante e a legislação mais rigorosa que resultaram da Operação Leite Compensado – que investigava a adição de água e ureia na bebida, a fim de aumentar o volume do produto – foram fundamentais para reforçar a segurança para os consumidores e a cadeia produtiva do leite, segundo o Ministério Público (MP).

Desde 2013, quando a primeira etapa da fiscalização iniciou-se, já foram devolvidos ao Rio Grande do Sul cerca de R$ 12 milhões em Termos de Ajustamento de Conduta (TAC).

”Hoje nós consumimos leite, produtos lácteos com muito prazer. Hoje nós temos segurança de que o produto que está indo para o consumidor é um produto de qualidade. Aqueles indivíduos inescrupulosos que usaram desse método para lucrar às custas da saúde da população foram defenestrados da cadeia produtiva do leite”, afirma o promotor Mauro Rockenbach, que atuou no caso.

Entre 2013 e 2017, foram realizadas 12 fases da operação. Ao todo, foram 82 prisões em 85 municípios do RS.

O MP identificou 275 pessoas envolvidas nas irregularidades. Até agora, 25 já foram condenadas e 27, absolvidas. Os demais 223 réus aguardam julgamento.

Segundo o MP, existiam duas formas de adulteração do leite, uma para melhorar a qualidade da bebida estragada e outra para aumentar o volume da carga, com adição de água.

Fraude de qualidade: adição de água-oxigenada para equilibrar acidez de leite envelhecido

Fraude fiscal: adição de água, para aumentar volume, e de ureia, para mascarar adulteração

Depois do impacto que a operação teve no mercado, o empresário Roberto de Oliveira investiu quase R$ 300 mil para adequar a indústria familiar.

”Ele vai automático para em um resfriador de leite, sem contato manual nenhum. Logo após, são feitas análises, para comprovar a qualidade e a idoneidade do produto. Ele segue para o pasteurizador, é embalado e vai para uma câmara fria. Após isso, segue em um caminhão refrigerado, até chegar no mercado para o consumidor”, detalha Roberto.

Depois da Leite Compensado, uma legislação estadual regulamentou o setor de transporte e fixou regras de fiscalização nas etapas da cadeia produtiva.

”A legislação também disciplinou a qualidade desse leite que sai da propriedade rural e também para que a gente tenha esse reconhecimento de que o leite gaúcho é o mais fiscalizado”, avalia o secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat), Darlan Palharini.

Escrito por: G1 RS

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