Publicado em: 14 de agosto de 2023

O óleo de soja está novamente em destaque como um dos itens que mais apresentaram queda de preços, conforme o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Os dados referentes a julho, divulgados nesta sexta-feira (11/08) pelo IBGE, revelaram uma diminuição de 4,77% no preço do óleo de soja, contrastando com uma queda de 0,46% no setor de alimentos e bebidas.

No acumulado do ano, o óleo de soja registra uma redução de 28,12% em seu preço, enquanto nos últimos 12 meses a queda chega a 36,93%. Em alguns supermercados, é possível encontrar o produto por menos de R$ 5,00.

Lucílio Alves, pesquisador do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq), destaca que a redução dos preços do óleo de soja nos últimos 12 meses é atribuída principalmente a três fatores: o preço internacional do grão, a demanda externa e interna, e as flutuações cambiais.

Segundo Alves, os preços da soja estão significativamente mais baixos do que há um ano, o que tem impactado toda a cadeia. “Quando consideramos os preços nominais, eles estão nos níveis mais baixos desde o segundo semestre de 2020. Isso também é refletido no preço do óleo de soja. Os valores médios em junho e julho atingiram os níveis mais baixos em 13 anos”, relata o pesquisador.

A disponibilidade elevada de soja no mercado internacional é uma das principais razões por trás da pressão baixista sobre o preço do óleo de soja. Isso influenciou a retração na bolsa de Chicago. Francisco Queiroz, Analista de Grãos da Consultoria Agro do Itaú BBA, explica que a oferta abundante do grão tem permitido um aumento no esmagamento, o que resulta em maior oferta de óleo e farelo.

Nos Estados Unidos, o esmagamento para a safra 2022/23 está ligeiramente acima do ano anterior, enquanto o Brasil projeta um aumento de 4,5% no processamento de soja até agosto (safra 2022/23).

No cenário brasileiro, o aumento substancial da safra de oleaginosa permitirá um aumento no esmagamento. Isso, por sua vez, levou a uma maior disponibilidade de óleo de soja, o que se refletiu em redução nos preços.

Daniel Amaral, diretor de Economia e Assuntos Regulatórios da Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais), observa que o atual cenário mundial contrasta significativamente com o ano anterior, caracterizado por incertezas devido à pandemia e eventos geopolíticos. Amaral ressalta que as relações comerciais com a soja estão voltando ao normal após essas turbulências.

Além disso, Amaral destaca que uma parcela substancial do óleo de soja é destinada à produção de biodiesel, o que também influencia seu preço, já que os preços dos combustíveis são regulados pelo preço do petróleo. Ele menciona que, em abril do ano anterior, o preço do barril de petróleo chegou a US$ 100, mas atualmente está mais próximo de US$ 80.

No que diz respeito às demandas externas e internas, Lucílio Alves explica que a retração econômica global impactou o consumo, pressionando os preços para baixo. Esse menor consumo, por sua vez, contribuiu para recompor os estoques globais.

Por último, Alves destaca que a desvalorização cambial em relação ao ano anterior também influenciou as cotações do óleo de soja de forma direta.

Com informações: Clic Espumoso

Fonte: Globo Rural

Escrito por: Clic Espumoso