O pinhão deixando o entrevero mais caro: culpa da estiagem

Pinhão (fruto da Araucaria angustifolia)

Publicado em: 18 de abril de 2023

O pinhão é uma semente originária da Araucária, uma árvore típica da região Sul do Brasil. Essa semente tem importância econômica para os pequenos produtores e comerciantes da região de Passo Fundo, principalmente durante os meses de maio a agosto, quando ocorre a safra do pinhão.

A produção de pinhão é uma atividade bastante dependente das condições climáticas. A falta de chuvas adequadas pode prejudicar o desenvolvimento das araucárias e, consequentemente, a produção de pinhões. Infelizmente, a seca tem sido um problema recorrente no Rio Grande do Sul, afetando a produção de pinhão e prejudicando os pequenos produtores e comerciantes que complementam sua renda com a venda ou a produção de comidas com a presença do pinhão.

A seca prolongada pode fazer com que as araucárias não produzam pinhões ou que a produção seja significativamente reduzida. Essa situação pode afetar diretamente a renda dos pequenos produtores, que dependem da venda do pinhão para sustentar suas famílias.

Isso posto, estudos da Emater revelam que a comercialização anual de pinhão no Rio Grande do Sul representa cerca de uma mil toneladas por ano. No entanto, devido à escassez de chuvas, o Rio Grande do Sul venderá apenas 300 toneladas e o restantes serão supridos pela oferta das demais regiões produtoras. Com menor oferta e demanda estabilizada, poderemos verificar um aumento no preço do quilo de pinhão em relação aos anos anteriores.

A comercialização do pinhão é uma importante fonte de renda para as famílias que vivem nas áreas rurais, principalmente, dos três estados do Sul. A atividade de coleta dos pinhões é realizada por pequenos agricultores que possuem áreas de mata nativa com araucárias. Muitos desses agricultores também realizam a venda dos pinhões em feiras livres e mercados municipais. Nas estimativas realizadas, nota-se redução na produção em 70% devido aos efeitos climáticos e, aproximadamente, R$ 7,7 milhões que deixarão de entrar na economia local devido ao extrativismo regional do pinhão.

No entanto, a coleta do pinhão enfrenta alguns desafios, como a falta de preservação das araucárias e a concorrência com a indústria madeireira. Muitas vezes, as araucárias são derrubadas para a produção de madeira, prejudicando a produção de pinhões e afetando diretamente a economia dos pequenos produtores. Além disso, é importante serem estabelecidos mecanismos de controle da coleta e da comercialização do pinhão, garantindo a qualidade do produto e a segurança alimentar dos consumidores.

A certificação garante que o produto foi produzido de forma sustentável e respeitando as normas de segurança alimentar, além de valorizar o trabalho dos pequenos produtores. Essa certificação pode ser utilizada como uma ferramenta de marketing, agregando valor ao produto e aumentando a sua competitividade no mercado.

Portanto, o pinhão é um produto de grande importância econômica para os pequenos produtores e comerciantes da região Sul do Brasil. A atividade de coleta e comercialização do pinhão movimenta o comércio local, gerando empregos e contribuindo para o desenvolvimento da região. A preservação das araucárias e o incentivo à produção de pinhões pelos pequenos produtores, garantindo a sustentabilidade da atividade e a qualidade do produto para os consumidores, deve fazer parte das discussões sobre o futuro do pinhão na economia, bem como na biodiversidade da fauna regional.

Escrito por: GZH Passo Fundo

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