Número de mortos em ataque em Nice aumenta para 84

Publicado em: 15 de Julho de 2016

O número de vítimas do ataque de um homem armado a bordo de um caminhão em Nice, na França, aumentou nesta sexta-feira para 84. O presidente francês, François Hollande, classificou a tragédia como um atentado terrorista. Outras 18 pessoas ficaram feridas gravemente e 50 sofreram ferimentos leves.

Um motorista ainda não identificado usou um caminhão para avançar contra uma multidão e depois atirou contra as pessoas que estavam no local conhecido como Passeio dos Ingleses. De acordo com o jornal Le Figaro, o franco-tunisiano foi morto pela polícia.

Após o ataque, o país decretou três dias de luto nacional, anunciou o primeiro-ministro Manuel Valls. A agente de segurança Marie, de 37 anos, estava em Villa Masséna, um palácio próximo ao local do ataque, afirmou que viu centenas de pessoas correndo para se proteger. "Havia crianças e as pessoas se pisoteavam", contou.

"As pessoas tropeçavam, tentando entrar em hotéis, restaurantes, estacionamentos, em qualquer lugar onde pudessem evitar estar na rua", indicou outra testemunha, Emily Watkins, à Australian Broadcasting Corporation (ABC).

Caminhão alugado

Várias horas depois do ataque, o caminhão branco permanecia parado em frente a um luxuoso centro hoteleiro, com seus pneus perfurados por balas e a porta direita repleta de marcas de tiros. Uma fonte policial disse que o veículo havia sido alugado na região há alguns dias. As autoridades também fizeram um apelo urgente para que as pessoas doem sangue.

Dezenas de pessoas buscavam ao mesmo tempo no Twitter notícias de seus parentes. Por sua vez, a mesquita de Al-Azhar, a mais alta autoridade do Islã sunita, pediu a união de "esforços para derrotar o terrorismo e limpar o mundo deste mal".

Caráter terrorista

O "caráter terrorista" do ataque é inegável, disse em um discurso televisivo o presidente Hollande. O chefe de Estado também advertiu que, apesar dos ataques, a França "reforçará sua ação na Síria e no Iraque", países onde combate os terroristas do Estado Islâmico (EI).

O estado de emergência, que deveria terminar em quinze dias, foi prolongado por três meses. Este regime, decretado após os atentados de 13 de novembro, facilita as operações policiais e a prisão domiciliar de suspeitos. Igualmente, Hollande anunciou o recurso a milhares de cidadãos reservistas para apoiar policiais e gendarmes, esgotados por meses de vigilância intensiva desde 2015. Este é um dos atentados mais sangrentos cometidos na Europa nos últimos anos.

No dia 13 de novembro passado, suicidas do grupo extremista Estado Islâmico (EI) mataram em Paris 130 pessoas, 90 delas na casa de shows Bataclan. Antes destes atentados, a França já havia sido atingida pela violência terrorista nos ataques de janeiro de 2015 contra a revista satírica Charlie Hebdo e um supermercado kosher, que deixaram 17 mortos e que foram seguidos por vários outros ataques e tentativas.

 

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