Mulher e filho de Lula não vão a Curitiba depor e advogado defende: “Não cabe condução coercitiva”

Publicado em: 16 de Agosto de 2016

O advogado José Roberto Batochio afirmou nesta terça-feira que "não cabe condução coercitiva" da ex-primeira-dama Marisa Letícia, mulher do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e um dos filhos do casal Fábio Luís Lula da Silva, intimados a prestar depoimento na Operação Lava-Jato. Marisa e Fábio Lula não compareceram a depoimento marcado para a manhã desta terça-feira. Os advogados do ex-presidente alegam que legislação não obriga a mulher e o filho do petista, investigado na Lava-Jato, a depor como testemunhas. A condução coercitiva leva o investigado a depor obrigatoriamente.

A Polícia Federal havia intimado a mulher e o filho de Lula para prestarem "esclarecimentos" sobre a compra e reformas no Sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP), investigado pela força-tarefa da Lava-Jato, em Curitiba.

– Recusa legítima. Não cabe condução coercitiva – afirmou Batochio sobre o não comparecimento de Marisa e Fábio Lula.

Segundo Batochio, "não é nenhum desrespeito, nenhuma desobediência, nenhuma afronta, simplesmente exercício regular de um direito constitucional". Na semana passada, a defesa de Marisa e Fábio Lula informou à Lava Jato que eles ficariam em silêncio na PF.

– Qual a utilidade disso? Comparecer perante a autoridade e dizer vou ficar em silencio. Orientação técnica, agindo rigorosamente de acordo com a Constituição e com a lei – declarou Batochio. 

O criminalista Cristiano Zanin Martins afirmou que Marisa e Fábio exerceram um direito ao não ir ao depoimento:

– Não foram, exercendo direito. O objeto dessa investigação já está devidamente elucidado, pois não ha como se levantar qualquer dúvida a respeito da propriedade desse sítio.

Os dois advogados foram taxativos. 

– Não há receio, não há temor (em comparecer ao depoimento).

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