Mão-Pé-Boca, saiba mais sobre a doença que está assustando os pais

Publicado em: 27 de março de 2023
A doença mão-pé-boca (DMPB) é um agravo contagioso causado pelo vírus Coxsackie A16, pertencente à família dos enterovírus que habitam normalmente o sistema digestivo, podendo provocar estomatites (espécie de afta que afeta a mucosa bucal). Embora haja a possibilidade de acometimento em adultos, é mais comum na infância, antes dos cinco anos (mais frequente dos 6 meses a 3 anos). Caracteriza-se por lesões na cavidade oral e erupções nas mãos e pés.
A doença mão-pé-boca geralmente provoca:
– Febre alta nos dias que antecedem o surgimento das lesões;
– Aparecimento na boca, amídalas e faringe, de manchas vermelhas com vesículas branco-acinzentadas no centro que podem evoluir para ulcerações muito dolorosas;
– Erupção de pequenas vesículas, em geral, nas palmas das mãos e nas plantas dos pés e, ocasionalmente, nas nádegas e na região genital – geralmente as vesículas da doença típica são benignas e de curta duração;
– Mal-estar, falta de apetite, vômitos e diarreia;
– Dificuldade de deglutição e excesso de salivação, devido à dor.
Transmissão
A transmissão ocorre pela via fecal/oral, através do contato direto entre os indivíduos, ou com as fezes, saliva e outras secreções, bem como através de alimentos e fômites. O período de maior transmissão ocorre durante a primeira semana da doença. Entretanto, indivíduos podem algumas vezes permanecer infectantes por semanas após os sintomas desaparecerem. Mesmo depois da recuperação do indivíduo, o vírus pode ser transmitido pelas fezes durante aproximadamente 04 (quatro) semanas. O período de incubação oscila entre 01 (um) e 07(sete) dias. Geralmente, os sintomas são leves e podem ser confundidos com os do resfriado comum.
Tratamento
Não existe vacina contra a enfermidade mão-pé-boca. Geralmente, como ocorre com outras infecções por vírus, o agravo regride espontaneamente após alguns dias. A doença comumente não é grave e quase todos os acometidos por ela se recuperam de sete a dez dias sem tratamento médico. Raramente um indivíduo infectado desenvolve meningite viral e pode necessitar ser hospitalizado por alguns dias. Outras complicações ainda mais raras incluem paralisia similar a poliomielite ou encefalite, que podem ser fatais. Desta forma, na maior parte dos casos, tratam-se apenas os sintomas. Medicamentos antivirais ficam reservados para os casos mais graves. O ideal é que o paciente permaneça em repouso, faça ingestão frequente de líquido e alimente-se bem, apesar da dor de garganta.
Diagnóstico
O diagnóstico em geral é clínico, sem necessidade de exames laboratoriais na maioria das vezes. Apesar da possibilidade de o indivíduo infectado permanecer eliminando o vírus nas fezes após já terem desaparecido as lesões da boca, mãos e pés, o maior risco de contágio ocorre durante a primeira semana de doença. É fundamental estabelecer o diagnóstico diferencial com outras doenças que também provocam estomatites aftosas ou vesículas na pele. O diagnóstico diferencial inclui herpangina, estomatite aftosa, varicela, sífilis secundária, sarampo e outras doenças exantemáticas.
Recomendações
– Nem sempre a infecção provoca todos os sintomas clássicos da síndrome. Há casos em que surgem lesões parecidas com aftas na boca ou as erupções cutâneas; em outros, a febre e a dor de garganta são os sintomas predominantes;
– Alimentos pastosos, como purês e mingaus, assim como gelatina e sorvete, são mais fáceis de engolir;
– Bebidas geladas, como sucos naturais, chás e água são indispensáveis para manter a boa hidratação do organismo, uma vez que podem ser ingeridos em pequenos goles;
– Lavagem das mãos antes e após lidar com a criança doente, ou levá-la ao banheiro. Se ela puder fazer isso sozinha, insista para adquirir e mantenha esse hábito de higiene mesmo após curada;
– Evitar, na medida do possível, o contato muito próximo com o paciente (como abraçar e beijar);
– Cobrir a boca e o nariz ao espirrar ou tossir;
– Manter um nível adequado de higienização da casa, das creches e das escolas;
– Não compartilhar mamadeiras, talheres ou copos;
– Afastar os indivíduos doentes da escola ou do trabalho até o desaparecimento dos sintomas (geralmente 5 a 7 dias após início dos sintomas);
– Lavar superfícies, objetos e brinquedos que possam entrar em contato com secreções e fezes dos indivíduos doentes, com água e sabão e, após, desinfetar com solução de água sanitária diluída em água pura (1 colher de sopa de água sanitária diluída em 4 copos de água limpa);
– Descartar adequadamente as fraldas e os lenços de limpeza em latas de lixo fechadas;
– Desinfectar frequentemente superfícies e objetos que foram manuseados, tais como brinquedos ou maçanetas, especialmente, se alguém estiver doente.
Escrito por: Saúde / Clic News