Lista encontrada pela PF mostra nomes de 200 políticos que teriam recebido recursos da Odebrecht

Publicado em: 23 de Março de 2016

Buscas da Lava-Jato na residência do presidente da Odebrecht Infraestrutura, Benedicto Barbosa Silva Júnior, encontraram documentos que apontam possíveis repasses da empresa para mais de 200 políticos de 18 partidos.

A informação foi divulgada nesta quarta-feira pelo Blog do Fernando Rodrigues, com apuração de repórteres do UOL, que revelou o material apreendido pela Polícia Federal em 22 de fevereiro, na 23ª fase da Operação Lava-Jato, chamada de Acarajé. Os documentos foram liberados pela Justiça Federal de Curitiba.

As planilhas apresentam valores relacionados a nomes de políticos, alguns também identificados por apelidos. Apesar da listagem apontar valores, autoridades da Lava-Jato ressaltam que isso não significa que haja alguma ilegalidade nos eventuais repasses, segundo o jornal Estado de S. Paulo. O motivo do controle em planilhas e de eventuais pagamentos está sendo apurado pela força-tarefa da Lava-Jato.

Na lista são citados parlamentares gaúchos como Nelson Marchezan Júnior (PSDB), Frederico Antunes (PP), Adão Villaverde (PT), Maria do Rosário (PT), Gilmar Sossella (PDT) e Manuela D'Ávila (PC do B). Zero Hora está tentando contato com os citados para saber sobre eventuais doações que tenham recebido da empreiteira.

Os documentos foram apreendidos por equipes da PF em dois endereços ligados a Benedicto Barbosa Jr. no Rio de Janeiro, nos bairros do Leblon e de Copacabana. Além das tabelas, há dezenas de bilhetes manuscritos, comprovantes bancários e textos impressos. Alguns dos bilhetes fazem menção a obras públicas, como a Linha 3 do Metrô do Rio.

Um dos textos refere-se, de forma cifrada, às regras internas de funcionamento do cartel de empreiteiras da Lava Jato. O grupo é chamado de "Sport Club Unidos Venceremos".

O juiz federal Sergio Moro liberou na terça-feira o acesso ao material apreendido com outros alvos da Acarajé. São públicos os documentos apreendidos com Mônica Moura, mulher do publicitário João Santana, e com o doleiro Zwi Skornicki, entre outros.

Entre os citados nas planilhas está o ex-governador Tarso Genro (PT), que garantiu que as contribuições que recebeu foram legais:

— Todas as contribuições dadas às campanhas que concorri foram legais, declaradas, e as contas aprovadas pelo TRE. Sem exceção. Está sendo feita de forma deliberada, a confusão, para minimizar a evidência de contribuições ilegais a políticos, vestais do "impeachment".

Tarso reiterou que suas contas foram aprovadas sem "caixa 2,e sem qualquer relação clandestina com qualquer pessoa física e jurídica", e pediu a mudança nas regras de financiamento de campanhas eleitorais:

— Vamos votar imediatamente a proibição de contribuição empresarial aos partidos e às campanhas! Aí os verdadeiros achacadores não querem — escreveu.

OS POLÍTICOS DO RS

Ao divulgar os documentos, o blog também apresentou um índice de políticos — a grafia, muitas vezes errada, é a mesma usada nas planilhas. Nesta lista, constam os seguintes gaúchos:

Adão Villaverde
Maria do Rosário
Helen Cabral
Tarcila Crussius
Wandert Dilorenzo
Nelson Marquezan
Carlos Todeschini
Tarcísio Zimmermann
Ronaldo Zülke
Gilmar Rinaldi
Jairo Jorge
Marco Maia
Fernando Marroni
Marcos Daneluz  
Pablo Mendes Ribeiro
Mauro Zaquia
Marco Alba
Renato Moling
Ana Amélia Lemos
João Carlos Nedel
Kevin Krieger
Afonso Hamm
Mano Changis
Frederico Antunes
Fischinha
Dep. Jose Otavio Germano
Otomar Vivian
 Beto Albuquerque
Heitor Schulk
 Manuela D'Ávila
José Fortunati
João Bosco Vaz
Toni Proença
Jussara Cony
Paulo Azeredo
Marcelo Esvim
Gilmar Sossela
Nelson Marchezan Junior
Osmar Gasparini Terra
Tarso Genro

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