Juarez Taffarel há mais de 34 anos frente a Saúde de Fontoura Xavier

Publicado em: 22 de abril de 2021

A medicina a cada ano se modifica, passa por novos ares e se renova novamente. Já os bons médicos, deixam marcas por onde passam, deixam no coração de cada paciente muita admiração e principalmente gratidão. No município de Fontoura Xavier, o médico Juarez Taffarel está há mais de 34 anos trabalhando diretamente e na linha de frente na Saúde do município de Fontoura Xavier. Atualmente, o profissional possui mais de 44 anos de profissão.

Juarez é nascido e criado no município de Fontoura Xavier, possui 65 anos de idade. Dionísio Taffarel, pai dele foi prefeito nos anos de 1982 à 1988. Sua carreira acadêmica iniciou no ano de 1982, onde Juarez ingressou na Universidade Federal de Pelotas, sua residência de dois anos foi realizada em Ginecologia e Obstetrícia.

Neste determinado período, o médico conheceu seu colega de profissão Antônio Carlos Karsburg. Juntos, os médicos trabalharam desde a fundação do Hospital Santa Terezinha até a despedida física de Antônio. Foram mais de 20 anos de coleguismo e companheirismo. As marcas da grande dupla de médicos ficou no coração de cada munícipe que adentrou pelas portas do Hospital Santa Terezinha após sua fundação.

Juarez Taffarel, durante cinco anos após sua formação, trabalhou em um Hospital no interior de Pelotas, como Clínico Geral. Ele conta que neste período, realizava partos, obstetrícia, entre outros procedimentos médicos.

Ainda em Pelotas, Juarez trabalhou em UTI’S e Pronto-Socorro, como profissional efetivo. Neste meio tempo, ainda não havia Hospital no Município de Fontoura Xavier. Após a candidatura de seu pai à Administração de seu Município de origem , um dos primeiros projetos, podendo ser definido como um sonho, anunciados pelo então prefeito, Dionísio, foi a implantação de um Hospital, para que atendesse a todas as demandas do município e região, consolidando-se na Saúde local e tornando-se referência.

Na época, a formação do filho do então prefeito intensificou ainda mais este sonho. “Passamos a colocar em prática o sonho de meu pai. Meu colega, Antônio, natural de Uruguaiana, após nossa formação, também não sabia para onde iria se direcionar. Então, convidei Antônio para conhecer o município onde o mesmo se apaixonou a primeira vista, pois era um município simples, como a pessoa que ele era. Éramos irmãos e foi uma honra trazer Antônio para Fontoura Xavier”, ressalta.

O Hospital Santa Terezinha foi fundado no mês de junho, de 1986. “Me recordo com carinho, o dia da fundação do Hospital. Um dia extremamente frio, como de costume em nosso município. Trouxemos nossos Mestres da Universidade Federal de Pelotas, para que nos ajudassem na fundação. Antônio chegou no município ainda em 86, ano em que sua primogênita Cláudia nasceu e possuía apenas um mês de vida. Minha chegada ao Hospital ocorreu no dia 29 de novembro de 1987. Ali, iniciamos um história linda e longa”, relembra.

Ainda, o médico enfatiza o grande profissional que Antônio era. “Uma pessoa extremamente simples. Um sujeito maravilhoso. Excelente médico, excelente caráter, excelente pessoa, com um coração humano e bondoso. Com a vinda do meu colega para Fontoura Xavier demos início a uma nova era, onde por cerca de 23 anos fomos companheiros, passamos a realizar partos, cesáreas, pré-natal, enfim, todos os procedimentos que estivessem em nosso alcance. Fomos os verdadeiros médicos raiz, atendíamos desde o nascimento até o fim da vida adulta”, conta.

Ainda, Juarez enfatiza que naquele momento o Hospital ainda não contava com todos os convênios que possui hoje. “Após um determinado tempo, meu pai conseguiu o convênio com o Ipê Saúde e IH, Guias de Internações Hospitalares. O prédio era simples, pois não haviam muitas exigências estabelecidas pelo Ministério da Saúde.

Mesmo com algumas dificuldades, os profissionais passaram a escrever sua história na saúde local. “Naquela época, conseguimos fazer uma boa medicina. Trabalhamos com amor, com dedicação e ideia de ajudar nossos pacientes, como sempre trabalhamos. Viemos para Fontoura com a ideia de fazer medicina, sempre pensando em nosso paciente, e é isso que torna nossa profissão gratificante, quando realizamos nosso trabalho com amor. Aliás, não é um trabalho, é prazeroso ajudar a todos e encerrar nosso dia sabendo que aliviamos o sofrimento de pessoas, tanto físico como emocional. Isso não há dinheiro no mundo que pague”, diz.

Juarez relembra novamente o profissional que era Antônio. “Ele era um médico que Deus colocou no mundo com a missão de fazer o bem. Também, era muito querido em nossa comunidade. Fizemos uma parceria muito boa aqui. Quando uma comunidade te abraça, quando os munícipes vem até nós pedir conselhos e solicitar nossas opiniões é sinal de que nos tornamos referência. Sempre procuramos trabalhar de forma honesta e acima de tudo sempre procurando atender nossos pacientes da melhor forma possível, usando nosso conhecimento. Se não tínhamos conhecimento sobre aquele caso, procurávamos e nos inteirávamos do assunto. Nosso objetivo era dar uma solução, ou destinar um caminho, pois algumas coisas estavam fora de nosso alcance e deveríamos encaminhar para centros maiores”, frisa.

Mais de 90% dos problemas de saúde da comunidade são resolvidos no Hospital, de acordo com Juarez. “Usamos nossa profissão como uma ferramenta para o bem, ferramenta esta de conhecimentos adquiridos na universidade, nos estudos e congressos. Após formados, continuamos estudando e nos inovando constantemente. Um médico, além de possuir conhecimentos científicos e didáticos da profissão, precisa também ser um ser humano que goste de pessoas, acima de tudo. Precisamos tratar nosso paciente como se fosse um familiar, ou como se fosse nós mesmos, pois isso é o diferencial do bom profissional para aquele que faz a faculdade apenas para ganhar dinheiro”, ressalta.

Ainda, Juarez analisa a profissão na atualidade, destacando algumas mudanças trazidas com o passar dos anos. “Ainda hoje, há muitos profissionais frustrados, pois a medicina não é mais a “profissão de ouro” que era a alguns anos atrás. Antigamente, o médico era um semideus, o que ele dizia era verdade, e aquilo era lei. Hoje sabemos que o conhecimento está ai para todos. Mas, ressalto que não podemos ir atrás de leigos, pois profissionais como nós, que estudamos a vida toda e ainda assim não sabemos tudo. A auto medicação é perigosíssima e deve ser alertada”, alerta.

Na oportunidade, o médico ressalta a forma como realiza seus atendimentos durante todos esses anos. “Quando um paciente adentra em meu consultório, procuro o ver como um todo. Como uma pessoa que possui problemas, dificuldades e necessidades. É aí então que o médico deve atuar, ele não precisa saber tudo, nem há como saber tudo. Ele também não vai curar tudo. Mas durante meus 44 anos trabalhando na medicina, procurei trabalhar com afetividade, carinho, atenção e fornecendo sempre palavras de conforto.

O paciente não pode sair de nosso consultório sem esperança, mas sim, melhor do que chegou. Posso não resolver seu problema no momento, mas é meu dever indicar caminhos para que este problema seja solucionado. O paciente precisa sentir que seu médico quer lhe ajudar. Levando isto em conta, sempre priorizo a empatia”, afirma.

De acordo com Juarez, a medicina é complexa, ser médico é complexo. “O profissional lida com problemas, com sentimentos, com dor. O paciente vê o médico como alguém que vai solucionar seu problema. Me recordo que quando pequeno, eu ia ao médico e pensava: “Aquele cara sabe de tudo”, ou seja, em uma maneira geral, as pessoas nos confiam sua vida. Precisamos ajudar nossos pacientes da melhor forma possível”, diz.

O profissional ainda ressalta a grande importância do psicológico para a saúde do paciente. ‘O fator psicológico é uma arma poderosa, para o bem e para o mal. Em um livro de Germano de Novais, ele enfatiza que, somos o que pensamos, ou seja, a mente é poderosíssima”, destaca.

Juarez Taffarel adentrou na Medicina sabendo exatamente o que queria para sua vida, que seu principal objetivo era simplesmente ser médico. Apaixonado pelos estudos e por vidas, embora especializado em Ginecologia e Obstetrícia, Juarez adaptou-se e se especializou-se em diversas áreas, pois seu principal objetivo era atender de tudo. “Se eu fosse fazer uma especialidade, iria saber muito, sobre pouca coisa. Eu queria saber um pouco de cada coisa, para assim poder ajudar a todos. Eu queria ser médico e hoje posso dizer que sou um clínico geral bem sucedido, repleto de recompensas que são impagáveis, como por exemplo, a saúde de meus pacientes. Tenho certeza que se tivesse investido apenas em uma especialidade não seria tão grato como sou hoje. É gratificante, saber que fizemos a diferença em algum momento de nossa vida, ainda mais em meu município, onde estão minhas raízes”, frisa.

Juarez destinou algumas palavras a todos os profissionais. “Independente da profissão que você escolher, é nela que você vai mostrar o que és como pessoa. Não a profissão que fará você mudar, você será exatamente o que é. Tua essência já vem de berço”, aborda.

De acordo com ele, o bom profissional deve gostar de escutar pessoas, de escutar os lamentos, queixas e tudo aquilo que incomoda o paciente. “Uma boa conversa. Deixar o paciente nos contar aquilo que está sentindo, causa-lhe uma melhora de no mínimo 70%, como apontam estudos. Eu amo o que faço e faço isso com amor e paixão, não interessa se o paciente possui plano de saúde ou está aqui pelo SUS, é indiferente, minha prioridade é a saúde do paciente”, anuncia.

Referente a sua vida política, Juarez conta que nunca desejou entrar para o mundo político. “Nunca me interessei pela política, mesmo assim, sempre fui um eleitor ativo na política local. Todos os prefeitos, sem exceção ajudaram o Hospital Santa Terezinha. Este reconhecimento, independentemente de bandeiras partidárias, é extremamente importante. Tanto que, se não fosse a ajuda de custos da Prefeitura Municipal, talvez hoje o Hospital não estivesse de portas abertas”, aponta.

Hoje em dia, o Hospital, chefiado pelo Presidente Tiago Zanotelli, conta com aparelhos de Raio-X e dois médicos ultrassonografistas, eletrocardiograma, dois laboratórios de análises clínicas e logo mais um mamógrafo. “Este Hospital é uma benção de Deus, hoje em dia contamos com uma equipe de trabalho maravilhosa, composta por funcionários, médicos Dr. Sérgio, Dra. Talita e Dra Carla que estão junto comigo há anos, ajudando em plantões noturnos e finais de semana. A enfermeira, Josiane Arnort que está frente ao Hospital. Também, técnicas e atendentes. A estes excelentes profissionais, o meu sincero agradecimento.”, avalia.

Por fim, o  Médico Juarez Taffarel, continua na linha de frente contra a Covid-19, em prol da saúde de todos os pacientes que adentrarem em seu consultório. “Continuarei minha carreira por muitos e muitos anos. Enquanto Deus me permitir honrarei minha profissão, com muito amor e carinho”, finaliza.

 

 

 

 

Escrito por: ClicNews/ Gabrieli Quevedo Moreira

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