Inter supera River em penalidades dramáticas e segue na Libertadores

Publicado em: 9 de agosto de 2023

O Inter venceu seu primeiro “jogo do ano” na Libertadores, com festa recorde e muito drama no Beira-Rio, nesta terça-feira. O Colorado foi superior e venceu o River Plate por 2 a 1 nos 90 minutos, sem apelação, apesar de toda catimba dos argentinos.

Aí, teve que cavar mais fundo nas penalidades. Só que Rochet fez a diferença (dessa vez com os pés) e a maré vermelha segue às quartas de final da Libertadores, com uma maratona de 9 a 8 nas penalidades.

O primeiro tempo teve o Inter tentando propor jogo e o River usando todos os recursos para incomodar. Mentalmente, na hora de marcar e fazer faltas táticas (inclusive fora da bola); mas também no ataque, com contragolpes perigosos.

A iniciativa nos primeiros minutos era toda do Inter. Aos 10, René ganhou escanteio após boa arrancada. Alan Patrick levantou na área com perigo, Vitão desviou de cabeça, mas fraco e para fora. O contra-ataque dos Millonarios gerou o primeiro susto. Barco foi acionado na esquerda, cortou para dentro e disparou o chute colocado. Mandou bem por cima, para sorte do Inter.

Aos 15, Alan Patrick deu uma cavadinha de primeira que ia deixar Maurício na cara do gol. Armani saiu da meta para interceptar. Três minutos depois, “Alanpa” perdeu o gol em outra boa jogada. Wanderson disparou na esquerda, limpou dois marcadores e centralizou. zaga rebateu e Maurício acionou Alan Patrick na cara do gol. Ele chutou rasteiro, mas passou tirando tinta do poste esquerdo. O juiz apitou impedimento, mas fosse nas redes e o VAR teria de corrigir para lance legal.

O River decidiu subir as linhas e, aí, Mercado teve várias intervenções essenciais. Aos 21, Solari foi lançado livre na frente da área e correu para a meta. Tentou acionar Barco do outro lado, mas o zagueirão recuperou para bloquear. O passe completo deixaria o atacante na cara do gol, com Rochet deslocado. Os argentinos seguiram na frente e Mercado teve que bloquear chute de Aliendro. Solari recebeu na sequência e mandou para Beltran, que chutou torto e sem direção.

Até então, Valencia tinha aceitado a marcação e aparecido pouco para o jogo. Aos 30, contudo, quase apareceu para guardar. Engatou a sexta marcha pela direita e chutou da entrada da área, mas em cima da zaga. A jogada seguiu e Bustos tocou para o equatoriano na frente do gol. Ele tentou o chute, que saiu desviado, devagarzinho, muito perto da trave direita.

O equatoriano tentou de novo aos 32. recebeu na quina da área, pela esquerda. Invadiu o perímetro e chutou na saída do goleiro. Mas desviou demais em tiro de meta. Grande jogada de Alan Patrick veio a seguir, com passe de letra para Maurício. Ele recebeu de volta e acionou Bustos para o lance mais polêmico da etapa. O lateral invadiu a área, preparou o cruzamento e meio desequilibrado sofreu o toque de Enzo Diaz. O Inter queria pênalti, mas o VAR analisou e mandou seguir.

Antes do intervalo, o River ainda levou perigo na bola parada. No lance mais intenso, Nacho Fernandez foi muito malandro. Enquanto Barco ajeitava a bola, ele bateu a falta com a zaga do Inter desarmada. A bola chegou para Beltran que desviou de leve com o pé. Rochet não ia alcançar, mas a zaga conseguiu tirar para escanteio. O 0 a 0 era insuficiente e muito perigoso no Beira-Rio.

O segundo tempo serviu a famosa ironia do futebol. O River voltou mais insinuante, e o Inter tinha mais dificuldades. Mas o roteiro ficaria favorável ao Colorado rapidamente.

Aos 2 minutos, Maurício fez boa proteção na área e rolou bola para Wanderson. O atacante tentou o chute da risca da área, mas bateu muito embaixo da bola em tiro de meta. Valencia também perdeu chance ao bater fraco da entrada da área, bem longe do gol. Antes do lance do equatoriano, Solari recebeu na pequena área, protegeu e tentou achar Barco, mas a zaga cortou.

Aos 14, Bustos salvou o colorado. Solari lançou Beltran na cara do gol. Na hora que o hermano ia anotar, o lateral botou o pé na bola e evitou a conclusão fatal. Três minutos depois, Nacho Fernandez perdeu o gol, em jogada ensaiada. De la Cruz rolou na meia-lua, Enzo Diaz fez corta-luz e Fernandez chegou batendo de primeira, só que isolou.

Quando a pressão era toda dos hermanos, a festa explodiu no Beira-Rio. Aos 25, Alan Patrick cobrou escanteio, Maurício desviou de cabeça e Mercado, de grande atuação, se atirou para um testaço merecedor do 1 a 0. A bola bateu na forquilha do ângulo esquerdo e morreu no fundo das redes.

Coudet queria mais e mandou a campo Pedro Henrique e Luiz Adriano, nas vagas de Maurício e Aránguiz. E veio mais, numa nova bola parada, cavada por Valencia. Alan Patrick bateu colocado, a bola desviou na zaga e tirou o goleiro Armani para o 2 a 0 sacudir Porto Alegre. A vaga estava vindo nos 90 minutos.

Só que De Michelis também tinha planos, e colocou Rojas em campo, no lugar de Casco. O baixinho não fez muito, mas fez o gol carrasco da festa imediata. Aos 45 minutos, a zaga colorada deu apagão em cobrança de escanteio, Colidio desviou de barriga e Rojas apareceu para chutar todo atrapalhado, mas no fundo das redes.

O 2 a 1 incendiou a partida. Aos 46, Valencia teve a chance dentro da área, mas carimbou a zaga no chute. No contra-ataque, Rochet salvou a querência numa enorme defesa. Aliendro apareceu chutando forte, da entrada da área. A bola ia no cantinho, mas o uruguaio esticou mais que seu 1m90 e fez a defesa.

Mercado, um gigante na partida, ainda teve que salvar o Colorado mais uma vez nos instantes finais. Igor Gomes errou, vacilou e perdeu para Colidio. O atacante invadiu a área e ia marcar o gol, mas o zagueirão veio voando para cortar em escanteio. Tudo igual no agregado, o drama ficou para as penalidades.

E que penalidades. O aproveitamento foi de 100% até o 6 a 6, quando o imponderável começou a operar. Solari fez o gol, mas escorregou e deu dois toques na bola. O VAR marcou e parecia a redenção de De Pena, que protagonizou eliminação colorada da mesma forma recentemente. Só que o uruguaio desperdiçou também, carimbando a trave. Os chutes se alternaram até o 8 a 8, quando Rojas chutou no travessão. Não era dia dos goleiros. Quer dizer, era dia de um goleiro sim. Rochet pegou a bola para bater, chamou a responsabilidade. E fulminou no canto direito para a festança completa do Beira-Rio.

Escrito por: Leouve

Compartilhe: