Grupo Prendas da Serra destaca-se em Pouso Novo e região

Publicado em: 5 de março de 2021

No dia das mulheres, é necessário destacar a grande importância da mulher para a formação do Tradicionalismo no Rio Grande do Sul.

Esteja ela de bombacha, saia ou vestido. Alpargata, sapato ou botinha. Cabelo solto, preso ou com trança. Cabelo enfeitado com laço de fita, com flor ou de modo natural. Coordenando departamentos artísticos ou na cancha. De todos os modos a mulher gaúcha ou prenda tem enraizado seu lugar de forma ainda mais forte na cultura gaúcha. A mulher sempre teve um papel importante na construção da sociedade e cada vez mais ganha espaço e voz no tradicionalismo.

Nos dias atuais, muito se discute sobre representatividade no mundo e um grupo que anda crescendo dentro desse conceito é o público feminino. Com o avanço do feminismo através do tempo, desde a Revolução Francesa onde a mulher, de fato, construiu uma independência maior e até os dias atuais a história da emancipação da mulher toma rumos diversos.

No município de Pouso Novo, localizado ao Norte do Rio Grande do Sul, com cerca de 2 mil habitantes, as mulheres tem se destacado cada dia mais na cultura gaúcha

No ano de 2017, um grupo de mulheres reuniram-se em uma roda de conversa. Nesta roda, surgiu com muito carinho e amor pela tradição a ideia de realizar a “1° Cavalgada de Prendas da Serra”. “Conseguimos dar um toque ainda mais especial à cultura gaúcha, que é tão linda e gratificante. O cavalo é um dos símbolos da cultura gaúcha mas acima de tudo e um grande aliado em nosso cotidiano, decidimos valorizar também o amor das prendas pelo animal”, contam.

O grupo conta que o amor e carinho por cavalos e cavalgadas surgiram desde suas criações ou com o acompanhamento a pais, amigos e namorados em cavalgadas. Entretanto, nunca havia sido realizado um grupo formado somente por mulheres gaúchas no munício de Pouso Novo. “Com muita ajuda da comunidade, de nossos pais, maridos e amigos, realizamos a primeira cavalgada de Prendas da Serra”, enfatiza o grupo.

A comissão organizadora da primeira cavalgada, foi composta pelas prendas Keila Eliz Paludo, Juliana Pelenz, Caroline Machado e Sabrina Lauermann. O evento reuniu cerca de 30 mulheres e foi realizado no dia 22 de outubro de 2017. O Evento contou com o apoio do CTG Liberdade Serrana, de Pouso Novo.

No ano seguinte, 2018, o grupo organizou outra cavalgada. “Nosso principal intuito era mostrar a força da mulher gaúcha e que lugar de mulher é onde ela quiser, por isso, realizamos o evento outra vez”, relatam.

O segundo evento foi organizado pelas gaúchas Juliana Pelenz, Andreza de Moraes, Sabrina Lauermam, Gerusa Salvi Ferreira, Caroline Machado e Priscila Girardi e também foi um sucesso. A cavalgada foi realizada no dia 18 de novembro.

O grupo tem sido admirado em todo o Alto da Serra do Botucaraí e atrai olhares orgulhosos de muitas mulheres que se sentem representadas na cultura.

O grupo considera a introdução das mulheres extremamente possível. “Hoje vemos mulheres laçando, mulheres ginetes, mulheres domando, treinando cavalos, enfim, mulheres introduzidas por todos os lados em nossa cultura. Aos poucos, estamos conquistando nosso espaço. Juntas somos ainda mais fortes!”, comemoram.

Na literatura regional, a mulher gaúcha tem sempre o papel corajoso e pioneiro. Um belo exemplo é a personagem criada por Érico Veríssimo: Ana Terra. Em seus livros O Continente I e II, Veríssimo deixa claro que a mulher contribuiu fortemente para a construção da história do Rio Grande do Sul. O uso da personagem como exemplo, deve-se porque é o espelho do atual modelo da mulher gaúcha que ainda continua tendo um papel corajoso e pioneiro.

A história das mulheres gaúchas do passado deixou um legado de bravura e determinação para as mulheres atuais. Até mesmo a palavra prenda, num significado mais amplo se caracteriza como dádiva.

 

 

Escrito por: Gabrieli Quevedo Moreira/ Clic News

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