Publicado em: 02 de Março de 2018

A comunidade do Campo Novo desde o início deste ano vem lutando contra as mudanças que foram feitas em quatro turmas do ensino fundamental da Escola Guilherme de Souza Portella. Na quinta-feira, dia 1º de março, pais e alunos estiveram em frente à escola realizando uma manifestação pacífica contra estas modificações. Com cartazes, alunos e pais fizeram uma caminhada pela comunidade. O objetivo é tentar sensibilizar o Poder Público para manter as turmas na Escola.

52 alunos do 6º ao 9º ano da Escola Guilherme de Souza Portela foram remanejados para a Escola Felisberto Casagrande da Picada Casagrande. As mudanças não agradaram aos pais e a maioria deles não estão mandando os filhos para a Escola nesta primeira semana até que maiores providências sejam tomadas. Os pais protocolaram um pedido de providências no Ministério Público de Soledade e aguardam uma definição do órgão.

As mudanças foram implantadas pela administração municipal que conforme a equipe da SMECT, são para reduzir custos e enxugar o quadro de professores para que possa ser pago o piso salarial dos professores. A Escola Felisberto Casagrande, tem capacidade para 250 alunos. A escola do Campo Novo passará a atender apenas no turno da tarde, de Educação Infantil ao 5º ano onde sete professores estarão atuando. Já a Felisberto Casagrande situada na Picada Casagrande atenderá manhã e tarde de pré-escola ao 9 º ano.

De acordo com uma moradora da comunidade e mãe de duas alunas da escola, Gleika Franz, a oposição contra as mudanças não tem nada a ver com partidos políticos. “Nossa manifestação não é contra a administração, de forma alguma, nossa manifestação é para lutarmos para que nossa comunidade não morra aos poucos. A vida da comunidade está na escola. Apoiei a atual administração e não estamos fazendo nada sobre questões políticas, apenas lutando para que nossos filhos concluam todo o ensino fundamental na escola Guilherme de Souza Portella”, completou.

A comunidade da Picada Silveira também está funcionando apenas no turno da tarde e também passou por reformulações. A Escola Municipal Vereador Armando Taffarel disponibilizará turmas do 4º ao 9º ano com 11 professores em atuação. Os demais alunos da pré-escola ao 3º ano foram levados até a Escola Municipal de Ensino Fundamental Dom Pedro I. A escola Dom Pedro I estará atendendo de Educação Infantil ao 3º ano com cinco professores em atuação.

Apesar de toda pressão, a Administração diz que vai manter a decisão das mudanças. De acordo com o secretário de Administração, Gilmar Muniz, as mudanças trarão redução de aproximadamente R$352.650,00 com professores e R$244.650,00 com custos em transportes. “No ano de 2017 tivemos um total da folha de professores no valor de R$3.979.777,20. Nós temos 1184 estudantes e recebemos do Ministério da Educação R$2.739,80 por aluno totalizando R$3.235.703,80 dando uma diferença de negativa de R$744mil. O que resultou no déficit orçamentário no último ano. Nossa obrigação de investimentos é de 25% e nós investimos 33%. Os números nos mostram que precisamos fazer cortes. A redução não vai acontecer apenas nestas escolas, estaremos também fazendo mais reduções em outras áreas. Primeiro que não podemos ultrapassar a folha de pagamento e segundo, nós teremos que implantar o piso dos professores que está R$1.350,00 para 22 horas por professor, além das vantagens que cada um terá. Por estes motivos precisamos fazer cortes. Estamos olhando para o município como um todo. Já reduzimos os Cargos de Confiança e isso também já ajudou. Não é uma política contra a educação mas é para que caia de 33% para 25%, pois se não ficar em 25% eu vou precisar tirar de outras secretarias para poder ressarcir o valor a mais”, completou.

De acordo com ele, a administração fechou o ano de 2017 devendo R$1,2 milhões. No mesmo ano foi necessário contratar 51 professores através de contratos emergências, chegando a um valor total de R$631.537,42. Mais 142 professores efetivos que totalizaram R$3.348.239,78. “Já neste ano teremos a redução dos professores por conta destas duas escolas que atenderão apenas em um turno. Nenhuma escola será fechada apenas algumas turmas serão transferidas para uma escola próxima a comunidade para otimizar custos. Tudo seguirá da mesma forma, apenas com um turno da manhã a menos em duas escolas. Em muitos casos destas duas escolas havia turmas com apenas oito alunos, com esta mudança as turmas ficarão maiores”, completou.

Uma das preocupações dos pais da comunidade do Campo Novo é o transporte escolar para as crianças. O Coordenador dos Transportes, Anoar de Oliveira Pinheiro explica que os transportes estão sendo feitos normalmente e que ainda estão em ajustes mas que com a redução do turno haverá a redução de custos.

Confira como está funcionando o transporte escolar dos alunos do Campo Novo até a Picada Casagrande, de acordo com o Departamento de Transportes:

Distância da Comunidade do Campo Novo e Picada Silveira: 5,3km

-1 ônibus Caminho da Escola com capacidade de 60 alunos sai da escola Guilherme de Souza Portella do Campo Novo às 12h40min em direção a Felisberto Casagrande. A aula termina às 16h55min chegando em frente à escola às 17h15min.

– 1 micro-ônibus sai da comunidade do Guavirova em direção a escola Guilherme seguindo para o Instituto Estadual Ernesto Ferreira Maia. Capacidade de 26 pessoas.

-1 combi sai da Fazenda Parizotto (Linha Eucaliptos) deixando alunos na Escola Guilherme seguindo até a residência do Senhor Quito até a Escola.

-Ao todo são feitos sete roteiros nos arredores da Comunidade do Campo Novo.

Entenda as reduções com transportes:

Campo Novo

2017- KM/dia 607km- turnos manhã e tarde

2018- KM/dia 411km- turno da tarde

Valor reduzido: R$114.650,00

Km reduzido: 198km/dia

Picada Silveira

2017- KM/dia 533km-turnos manhã e tarde

2018- KM/dia 344km- turno da tarde

Valor reduzido: R$130.600,00

KM reduzido: 190km/dia

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