Como será o clima no mês de Agosto?

Publicado em: 31 de julho de 2023

O que esperar do clima em agosto? O oitavo mês do ano é o terceiro e último do trimestre do inverno climático, a despeito da estação fria terminar pelo critério astronômico apenas na segunda metade de setembro. Gradualmente, alguns traços climático da primavera começam a aparecer.

O mês, assim, é o que costuma ter temperatura média mais alta no trimestre climatológico de inverno, sendo menos frio nas normais históricas que junho e julho. Em Porto Alegre, a temperatura mínima média do mês é de 11,6ºC, acima das de junho (11,3ºC) e julho (10,4ºC). A média máxima mensal é de 21,8ºC, superior às médias de junho (20,3ºC) e de julho (19,7ºC). A precipitação média mensal é de 120,1 mm, a menor entre os meses da estação, uma vez que junho tem média de chuva no mês de 130,4 mm e julho 163,5 mm.

Na cidade de São Paulo, a mínima média do mês é de 13,3ºC, superior a de julho (12,8ºC), mas inferior a de junho (13,5ºC). Já a média das máximas em agosto na capital paulista é de 24,5ºC, a mais alta dos meses do inverno, superior às de junho e julho, ambos com 22,9ºC. Por sua vez, a precipitação média mensal de agosto na capital paulista é de apenas 32,3 mm, a menor entre todos os meses do ano por ser o pico da estação seca.

Alguns chamam agosto de o mês do desgosto. Outros de o mês do cachorro louco. Fato é que também no clima agosto não é um mês ordinário. Costuma ser marcado por toda a sorte de extremos no tempo, seja na temperatura como em precipitação no Sul do Brasil.

O mês no passado já teve grandes enchentes, como as que castigaram a Metade Norte do Rio Grande do Sul em 1965. E grandes nevadas, como a enorme de 1965 no Sul do Brasil, a de 1984 que trouxe neve até em Porto Alegre, e a mais recente de 2013, a maior neste século até agora no Sul do Brasil.

No Brasil Central, historicamente, agosto é o pico da estação seca e é marcado como um mês de muito baixa umidade do ar com escassa precipitação e tardes não raro excessivamente quente em estados principalmente do Centro-Oeste com máximas acima de 40ºC, sobretudo no Mato Grosso.

A combinação de prolongada falta de chuva, umidade baixa e tempo quente favorece aumento das queimadas. No Cerrado, agosto é o mês com a segunda maior média mensal de queimadas do ano. O mesmo ocorre no Pantanal. Nos dois biomas, setembro tem a maior média de focos de calor entre todos os meses do ano. Nos Campos de Cima da Serra do Rio Grande do Sul e no Planalto Sul Catarinense, agosto é um mês de queima frequente do campo e que é usada como controversa técnica, o que traz fumaça nas cidades destas regiões e avança não raramente para outras áreas dos dois estados, como o litoral.

CONDIÇÕES DO PACÍFICO

O mês de agosto vai transcorrer sob a influência do fenômeno El Niño, cujo episódio se iniciou no mês de junho. A tendência no decorrer do mês é de intensificação do El Niño no Pacífico com aquecimento maior das águas do Pacífico Equatorial Centro-Leste.

O último boletim semanal da Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA), dos Estados Unidos, indicou que a anomalia de temperatura da superfície do mar era de 1,1ºC na denominada região Niño 3.4, no Pacífico Equatorial Central. O valor está na faixa de El Niño moderado (+1,0ºC a +1,4ºC). Por outro lado, a região Niño 1+2, estava com anomalia de +3,5ºC, em nível de El Niño costeiro muito intenso (Super El Niño) junto ao Peru e Equador, aquecimento extremo do oceano na região que teve início no mês de fevereiro. Segundo levantamento da MetSul Meteorologia, desde o Super El Niño de 1997-1998 o Pacífico Equatorial Leste, a chamada região Niño 1+2, não apresentava anomalias de temperatura da superfície do mar tão altas.

CHUVA EM AGOSTO

Agosto é tradicionalmente um mês mais chuvoso ao Sul do Brasil, sobretudo no Rio Grande do Sul, uma vez que o Paraná nesta época tem regime de precipitação que se aproxima mais do clima do Centro do Brasil com menos precipitação. A tendência é que agosto neste ano tenha precipitação perto ou acima da média na maioria das áreas do Sul do Brasil. A MetSul Meteorologia alerta, inclusive, para o risco de alguns locais terem excesso de precipitação com volumes de chuva no mês muito acima da média. Isso pode levar a cheias de rios e enchentes. Mais ao Sul gaúcho, a perspectiva pelos dados é de chover menos.

Os maiores acumulados de chuva devem se dar entre a Metade Norte gaúcha e o Paraná. Em muitas cidades desta área, a chuva no mês pode ficar entre 200 mm e 300 mm, mas alguns locais pode ter acumulados tão altos quanto 3000 ou até mais. Considerando as média históricas de precipitação, onde a chuva deve ficar mais acima da média é entre Santa Catarina e no Paraná.

Sobressai nas projeções dos modelos de clima o indicativo de mais chuva que costuma se dar habitualmente em muitas áreas do Centro-Oeste e do Sudeste do Brasil. Agosto marca o auge da estação seca nesta parte do território brasileiro e vários pontos destas regiões podem ter precipitação acima a muito acima do que costuma ocorrer no mês, especialmente em áreas do Mato Grosso do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro. Pontos do Mato Grosso e de Minas Gerais podem ter também chuva acima da média.

TEMPERATURA EM AGOSTO

Agosto é um mês de grande variabilidade térmica no Sul do Brasil com dias frios a muito frios e outros de temperatura alta é até calor. São normais radicais mudanças de temperatura em curto período em alguns dias gelados que, no passado, trouxeram até nevadas fortes. No Centro-Oeste e em muitos locais do Sudeste, em especial os mais afastados da costa, o mês costuma ter muitos dias quentes pela estação seca. No Centro-Oeste, principalmente, como no Mato Grosso, são comuns muitos dias de excessivo calor com marcas perto ou acima de 40ºC.

 

Escrito por: Met Sul Meteorologia

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