TOXOPLASMOSE – O GATO NÃO É O VILÃO

A doença é uma zoonose, ou seja, pode ser transmitida dos animais aos seres humanos. É causada por um protozoário (tipo de verme) e pode acometer quase todas as espécies animais.

Os gatos são vistos como vilões dessa doença, pois são os hospedeiros definitivos, cujo ciclo biológico do parasita é completo. Isso ocorre porque os gatos conseguem eliminar a forma infectante desse protozoário, por isso o animal leva uma fama ruim maior do que merece.

A sintomatologia, a evolução e a gravidade da doença são bem variáveis nos seres humanos, e altamente dependente da idade, do estado imunológico e, sobretudo nas mulheres, do estado fisiológico, pois a toxoplasmose pode se tornar mais perigosa quando acomete uma mulher que está grávida, podendo causar retardo mental e cegueira no bebê.

Crianças, idosos e pessoas portadoras de doenças crônicas ou que deprimem o sistema imunológico correm maiores riscos com a doença.

Contudo, o gato não pode ser tratado como único e pior vilão, já que as formas mais comuns de se contrair a toxoplasmose são por meio da ingestão de carne crua ou malpassada, ou ainda que não passasse por um sistema de inspeção sanitária capaz de evitar a comercialização dessa carne com a contaminação. Outras formas mais comuns incluem a água ou alimentos (legumes e verduras) mal higienizados. Maior exemplo disso são os recentes casos de toxoplasmose na população da cidade de Santa Maria/RS onde a fonte contaminadora foi a água que abastece a cidade. Além disso, o cisto da toxoplasmose só é liberado do gato durante até três semanas da infecção, pelas fezes, depois disso ele não elimina mais formas infectantes.  E o cisto, depois de eliminado,  precisa de pelo menos 24 horas para se tornar infectante, então uma pessoa que limpa a caixa de areia do gato todos os dias não permite que o prazo de evolução se complete e possa infectar a pessoa. Em outras palavras, para se infectar com o cisto vindo diretamente do gato, a pessoa precisa ingerir as fezes desse gato após 24 horas que ele defecou.

Métodos que evitam a contaminação em humanos são: consumir apenas alimentos de origem animal inspecionados por órgãos competentes, cozinhar bem a carne (67 °C por pelo menos 20mim), ou o congelamento (-13 °C por 24h) que podem ser considerados meios de destruição dos cistos. Lavar bem as mãos e utensílios após manipulação de carne crua, ou de pegar os gatos e/ou efetuar a limpeza da caixa de areia ou local onde eles possam ter defecado (areia de construção e terra). Devemos alimentar os gatos exclusivamente com rações comerciais e combater ratos e camundongos que podem ser fontes de contaminação dos felinos.

Compartilhe: