Fui apresentada as constelações por uma terapeuta amiga a qual estava  me  tratando. Posso afirmar que foi um divisor, antes e depois das constelações.  Fiz várias e participei como representante.

Meu propósito era a cura da alma familiar, pois a depressão há muito acompanhava a minha família, iniciando com minha mãe depois meus irmãos. Apaixonei-me, porque os resultados positivos  foram imediatos.

Após algum tempo busquei me aprofundar mais nos conhecimentos referentes às Constelações, fiz dois retiros onde pude limpar em mim muitos bloqueadores que me impediam de ver com clareza. Olhar para a ancestralidade, reconhecer o quanto cada um fez a diferença em minha vida. Saber que só estou onde estou é possível porque eles viveram antes, abriram os caminhos, desbravaram com muita determinação situações que surgiam.

Muitos foram excluídos, rejeitados, abandonados como se não fizessem parte daquele clã familiar. Outros tantos foram escolhidos a ganhar mais ou menos, o caos foi gerado, a desordem passou a fazer parte das famílias, os que foram nascendo agindo como os  únicos sabedores de verdades absolutas. Aí vêm as constelações tirar a trave do olho. Como a metamorfose onde a lagarta entra em seu casulo, assim foi comigo, voltei-me para meu interior e passo a passo fui acolhendo tudo, aceitando e colocando num bom lugar. E  o que ficou? Como ficou? A lagarta após passar por toda a transformação renasce como borboleta, assim foi comigo, passei a me sentir linda, leve e livre.

Em que as constelações contribuíram na minha vida profissional? Como sou professora, atuando com crianças, jovens e adultos passei a olhar de outra forma os conflitos que muitas vezes surgiam no cotidiano da sala de aula, percebi que as crianças retratavam as profundas mazelas de sua teia familiar. Tornei-me mais compreensiva, amorosa e conciliadora. Passei a mediar os conflitos, conversar e propor soluções que ambos ficassem satisfeitos. A esfera profissional teve um salto quântico, pois com o novo conhecimento as possibilidades se ampliaram porque o que nos limita é pensar que o caminho é árduo, difícil e que vai ser sempre assim ou, como muitos costumam afirmar “ta bom, como ta”, a conformidade nos impede o progresso. Como sempre fui e sou uma buscadora o meu encontro com as constelações mudaram o rumo do meu trabalho.

Prestei serviço voluntário com um grupo de terceira idade, muitas avós com histórias encantadoras, carregadas de vivências felizes, porém, com muitas enfermidades, solidão, abandonos, mágoas e saudades. Poder contribuir com este grupo, possibilitar numa roda de cura, tecendo um manto sagrado ou colcha de retalhos, num dedo de prosa com rezos, cantos e um novo olhar em suas vidas ressignificando suas experiências vividas foi muito gratificante a quem teve este privilégio de experienciar, no caso eu. E qual o sentido do conhecimento? Só colocando na prática ele ganha valor.

As constelações familiares ajudam nas três esferas de nossa vida, a esfera do eu, dos relacionamentos e da profissão. Vivemos uma grande crise em nossa sociedade, somos anjos de uma asa só, supervalorizamos o conhecimento cientifico  deixando de lado as emoções, a espiritualidade e o ser em sua totalidade. A beleza, a justiça, a verdade e o amor estão sendo banalizados e ao retornarmos para a inteireza desses arquétipos divinos a ordem se fará e vejo nas constelações familiares a mediadora desse processo. Encontramos-nos num processo de menos consciências para um processo de mais consciência em movimentos para a hierarquia, quem veio antes, pertencimentos, todos fazem parte, inclusão e equilíbrio entre dar e receber.

Aprofundar esses conhecimentos para me tornar um ser humano melhor e contribuir com a melhora dos que estão no meu caminho é meu propósito neste curso.