Bloqueadores de celular não funcionam em presídio de segurança máxima do RS; governo fala em refazer contrato de serviço

Publicado em: 12 de maio de 2023

Servidores da Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (PASC), na Região Metropolitana de Porto Alegre, denunciam que os bloqueadores de celular da unidade não funcionam. Os telefones, que chegam ao local através de drones, são utilizados normalmente pelos criminosos presos, afirmam agentes penitenciários. Só neste ano, 95 sobrevoos foram registrados por quem trabalha no presídio.

Segundo um policial penal, que prefere não ser identificado com medo de represálias, a PASC virou “uma central telefônica” de presos. A penitenciária abriga chefes de facções criminosas do estado.

“Hoje a PASC é um escritório do crime. É bem tranquilo para o preso estar preso. Parece uma central telefônica de tantos presos conversando com celular ao mesmo tempo”, diz o servidor.

Contatado pela RBS TV, o secretário do Sistema Penal e Socioeducativo, Luiz Henrique Viana, admitiu o problema. O contrato com a empresa responsável pela instalação dos bloqueadores não deve ser renovado e, até o final do ano, uma nova empresa deve ser chamada para realizar o serviço.

“Nós manifestamos o não interesse em renovar o contrato em razão da falta de efetividade do sistema”, afirma Viana.

O investimento previsto em bloqueadores para 15 presídios foi de R$ 60 milhões. Como o contrato previa o pagamento só após os testes de funcionamento, o secretário afirma que não houve custos ao estado.

Em abril, dois drones foram apreendidos durante uma tentativa de levar celulares, drogas e outros itens para dentro da PASC. Os drones foram avistados sobrevoando o setor C em baixa altitude, carregando pacotes suspensos.

Escrito por: G1 RS

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