Articulações para mudar Plano de Recuperação exigirão tratativas complexas

Publicado em: 03 de Março de 2017

As articulações do Piratini, visando alterações no projeto do Plano de Recuperação Fiscal, enviado pelo Planalto ao Congresso Nacional, exigirão uma série de costuras políticas complexas. O governador José Ivo Sartori conduzirá pessoalmente as negociações com o presidente Michel Temer e com a bancada federal gaúcha, em encontros já na próxima semana, em Brasília.

As negociações irão envolver ainda contatos com parlamentares das bancadas de pelo menos mais dois estados que têm interesse direto nos termos do projeto: a do Rio de Janeiro e a de Minas Gerais. Interlocutores do governo gaúcho têm a avaliação de que as exigências que constam da proposta que precisam ser cumpridas pelos estados para garantir a adesão ao Plano foram “exageradas”, justamente para permitir margem de recuo durante as negociações com os governos estaduais e durante as votações nos plenários da Câmara dos Deputados e do Senado. Eles reconhecem, no entanto, que as flexibilizações na proposta precisam contar com o aval não apenas do Planalto, mas do Ministério da Fazenda, ou seja, de Henrique Meirelles, responsável pela condução da reação na economia do país, que não será politicamente desautorizado por Temer.

O cuidado visa a não repetir o episódio protagonizado na Câmara dos Deputados em dezembro do ano passado, quando as contrapartidas exigidas no projeto da União foram retiradas do texto, o que levou Temer a vetar as modificações realizadas em plenário, atrasando o desfecho do processo para estados que têm urgência em viabilizar fôlego financeiro.

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