Antes de 300 votos pró-impeachment, líder do governo admite ‘derrota’

Publicado em: 17 de Abriu de 2016

O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), afirmou na noite deste domingo (17) que há uma "derrota momentânea" do governo na Câmara. A declaração foi dada em meio à votação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, momentos antes de os votos favoráveis à continuidade do processo chegarem a 300. Os votos contrários ao impeachment, naquele instante, eram pouco mais de 100.

Para a Câmara dar prosseguimento para que o Senado analise o processo de impeachment, são necessários 342 votos favoráveis dos deputados. Para barrar o processo, é preciso que haja ao menos 172 votos contrários.

"Nós perdemos porque os golpistas foram mais fortes, comandados pelo Eduardo Cunha [presidente da Câmara dos Deputados]. Reconhecemos a derrota, mas de cabeça erguida. Nessas horas, como não somos golpistas, a melhor forma de falar para o Brasil é que estamos firmes e que esse país vai se levantar contra esses golpistas que nem têm voto e condições de governar o Brasil. A guerra continua, a luta continua, agora nas ruas e no Senado Federal", disse o deputado no Salão Verde da Câmara.

O líder do governo também rejeitou a possibilidade de realizar novas eleições. "Não tem nada de eleição geral. A luta agora é nas ruas e no Senado Federal", disse.

Para Guimarães, trata-se de uma "derrota momentânea" para o Palácio do Planalto. "É uma autorização que vai para o Senado. A nossa expectativa é que o país se levante. Vamos continuar lutando porque não somos de recuar e muito menos de nos deixarmos abater por essa derrota momentânea. Há campo político para disputa", afirmou.

Guimarães também voltou a defender a presidente Dilma Rousseff. "Não é possível impedir, aprovar impedimento, de uma presidenta que não comentou nenhum crime de responsabilidade. Essa é uma agressão à legalidade democrática, é uma agressão à nossa Constituição. É um desrespeito aos 54 milhões de brasileiros que votaram na presidente", completou.

Guimarães também criticou o vice-presidente, Michel Temer, e afirmou que ele não tem "a menor condição" de comandar o país.

"A luta está apenas começando. A guerra será lenta, gradual, segura e prolongada, que nós vamos fazer. Até porque o vice presidente da República não reúne a menor condição de comandar o país. Portanto, apostamos que vamos reverter. Tem luta nas ruas e tem luta no Senado Federal. Na Justiça, é claro que terá batalha, mas essa parte fica com o ministro Cardozo", completou.

Se aprovado na Câmara, o processo de imepachment vai para o Senado, que terá que decidir se acolhe a denúncia e julga a presidente por crime de responsabilidade. Caso não sejam alcançados os 342 votos, o processo é arquivado.

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