Abuso sexual infantil preocupa comunidade Fontourense

foto ilustrativa

Publicado em: 23 de maio de 2019

Aproveitando a passagem do dia 18 de maio, considerado o Dia de Combate à Exploração Sexual Infantil, o CREAS – Centro de Referência Especializado da Assistência Social, que trabalha especificamente com questões de abuso e violência, está intensificando a Campanha de Prevenção e Combate à Exploração Sexual Infantil.

“Usamos a expressão intensificando, porque essa é uma Campanha constante, mas aproveitando a data, gostaríamos de chamar atenção da sociedade como um todo para esse problema que está muito presente na nossa comunidade”, explica Nilce da Rosa Karsburg, psicóloga do CREAS e membra do COMDICA.

Segundo ela, o número de casos de abuso sexual em crianças tem aumentado significativamente em Fontoura Xavier nos últimos anos. Isso é preocupante, tendo em vista os danos a nível psicológico e emocional que a ação pode causar nas crianças e adolescentes abusados. Nilce explica que o objetivo é chamar a atenção dos pais, dos professores, enfim, da sociedade como um todo para que fiquem atentos a sinais que possam mostrar que a criança está sofrendo algum tipo de abuso.

A advogada Patrícia Dalvitt, que é presidente do COMDICA e atua diretamente no CREAS, acrescenta ainda que prestar atenção nos sinais da criança na maioria das vezes é a única maneira de saber o que está acontecendo. “Na maioria dos casos as crianças estão sob ameaça do abusador e não falam porque tem medo”, explica.

De acordo com a advogada, o trabalho do CREAS acontece em conjunto com o COMDICA – Conselho Municipal da Criança e do Adolescente e com o Conselho Tutelar. “As denúncias na maioria das vezes chegam até o Conselho Tutelar, que age de acordo com a situação. Se o caso de abuso é dentro da família a criança é retirada e direcionada para o abrigo ou para uma família estendida e imediatamente recebe apoio do CREAS, através de atendimento psicológico”, relata.

Porém segundo elas, a preocupação é que muitos casos nem estão chegando ao Conselho Tutelar, porque as pessoas envolvidas se omitem de denunciar. “Queremos conscientizar as pessoas de que quem se omite perante a situação também está cometendo um crime. É preciso denunciar, e isso pode ser feito de maneira rápida e preservando a identidade de quem denuncia através do Disque 100 ou diretamente no Conselho Tutelar”, explica Nilce.

Quanto a orientação para os pais é que observem a criança e orientem ela a não deixar que ninguém toque no seu corpo. “Educar a criança e prepará-la para reagir a situações de abuso, essa é a orientação para os pais”, ressalta a psicóloga.

Elas acrescentam que vale os pais observarem as pessoas do convívio familiar, pois na maioria das vezes o abusador está inserido no círculo familiar ou de amigos. “Precisamos observar mais, ter um olhar desconfiado evitando situações que possam levar ao crime. Não interessa se a criança é menina ou menino. Já tivemos ambos os casos e o trauma deixado na criança é o mesmo”, acrescenta.

Ao falar sobre questão judicial envolvendo abuso sexual a advogada ressalta que qualquer tipo de abuso ou molestação é considerado crime. “Importante destacar aqui a título de orientação que são considerados adolescentes de 14 a 18 anos. E que a criança até os 14 anos não tem capacidade de consentir a relação sexual e que se houver é caracterizado crime de estupro” finaliza Patrícia.

De acordo com a Secretaria de Assistência Social, Marlene Meira da Rosa, o trabalho do CREAS está sendo estendidos para as Escolas Municipais e Estaduais, no sentido de orientar os professores para que observem os seus alunos e também os orientem. “Precisamos cuidar melhor das nossas crianças, protegê-las e assim evitar que venham a ser vítimas de abuso.

 

 

Escrito por: Daiane Meazza

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