Publicado em: 8 de maio de 2021

Quem já não ouviu de alguma mãe expressão “Se educar um já não é fácil, imagina dois”. Então que tal sete? Brincadeiras a parte, a história de vida dessa mãe é algo tão incrível que mais parece filme.

Marilene Borba, 54 anos, é natural de Arvorezinha. Não teve oportunidade de estudar e como a maioria das moças daquela época casou-se bem jovem, aos 18 anos. O esposo Jairo sonhava com o primeiro filho e logo veio ao mundo o Gilma de Borba. E depois dele foram mais seis. Uma família enorme, mas unida e junto com o marido ela superava as dificuldades do dia a dia. “Meu marido fazia o transporte escolar, então ele mesmo levava as crianças para a escola. O meu maior sonho era que meus filhos pudessem estudar e ter uma profissão”, conta.

Porém, no ano em que completava 17 anos de casada, Marilene perdeu o seu alicerce. O esposo foi morto em um briga na comunidade em que residiam e a partir daquele momento as coisas se tornaram muito difíceis. “Primeiro a ausência dele, depois as dificuldades. As crianças já não podiam mais ir para a escola, porque para pegar o transporte tinham que andar mais de 8 km a pé. Decidi me mudar para São José do Herval, com a cara, coragem e sete crianças”, lembra.

Na época, o filho mais velho tinha 13 anos e a mais nova apenas 3 anos. “Chegando em São José do Herval começamos a plantar fumo, era a única coisa que eu sabia fazer. Mas ali aa crianças podiam estudar e isso era o que me motivava”, relata.

Marilene conta que anos mais tarde por iniciativa do filho mais velho, começou a trabalhar com flores. De agricultora, Marilene se tornou empresária do setor florista. “Não foi fácil, mas ensinei meus filhos a trabalhar, consegui dar oportunidade para que estudassem e hoje todos já tem a sua própria vida e profissão”, relata. Ela lembra da formatura da primeira filha como o momento em que percebeu que tudo tinha valido a pena. “Aquele foi o dia mais feliz da minha vida. Hoje já tenho duas filhas formadas, mais duas se formando e os outros todos já tem sua profissão”, conta.

Quando achava que já tinha superado tudo, Marilene se viu diante de mais uma das surpresas da vida. Em um acidente de carro perdeu o filho mais velho, Gilma (Borbinha) aos 33 anos de idade. “Aquele momento foi muito dolorido. Mas se Deus quis assim algum motivo deve ter. Graças ao apoio dos meus outros filhos me levantei novamente. Minha maior alegria hoje é ter a casa cheia de gente, os filhos, os netos, a família toda reunida”, finaliza.

Escrito por: Daiane Meazza